Ricardo Gordo, como grande parte dos jovens que se iniciam na música, começou com a guitarra elétrica mas há cerca de três anos rendeu-se ao som da guitarra portuguesa por influência do pai: “Nunca tinha tido contato com a afinação da guitarra portuguesa, mas logo que peguei no instrumento e senti o som… aquela vibração da madeira… apaixonei-me!” – contou o músico de 25 anos numa entrevista ao Diário de Notícias sobre o facto de ser um dos oito alunos a frequentar a única licenciatura em guitarra portuguesa do mundo na Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco.
Em 1997, com dez anos de idade, fez parte de vários projetos de bandas de garagem como executante de guitarra elétrica, chegando a atuar no Palco Timor na Expo 98, em Lisboa. Dois anos depois entrou no conservatório de Castelo Branco para estudar violoncelo.
Antes da paixão pela guitarra portuguesa ainda integrou várias bandas de Blues e Rock, e no mesmo ano de 2005 iniciou a sua formação como produtor musical. Em 2010, começa a dar aulas de guitarra no Conservatório Regional de Castelo Branco, e no ano seguinte aposta no projeto a solo, definido como “uma miscelânea de influências entre a música erudita, o fado e a música urbana contemporânea, leva-o a rotular a sua música como WorldMusic”. O músico albicastrense acredita que “a sonoridade típica da guitarra portuguesa e os ritmos urbanos contribuem para um tipo de música algo inovador”.
Em 2011 recebe diversos convites para tocar em vários eventos culturais: interpretou o tema “Verdes Anos” de Carlos Paredes na peça de teatro “O Crime de Arronches” de Henrique Lopes Mendonça; tocou guitarra portuguesa durante o lançamento do livro “Amor e Pátria” de António Jacinto Pascoal (Mestre em Literaturas e Culturas Africanas de Língua Portuguesa e vencedor do prémio Guerra Junqueiro por duas vezes); o projeto Barca do Inferno, onde foi compositor e guitarrista, gravou o tema “Revolução do Cravos”, música oficial da manifestação nacional desse ano.
Em Setembro, Ricardo lança o primeiro álbum a solo denominado de Serendípia.Entre o seu reportório o músico destaca os temas os temas “Pastora de Portalegre, Fado Metal e Nuvem de Canela”. O primeiro, tal como o tema “Going London” (tema rock), integrou a banda sonora da longa-metragem “Além de ti” de João Marco; o segundo tema dá origem ao nome do novo trabalho que inclui a música “Nuvem de Canela”.
O projeto de Ricardo conta com a colaboração variável entre dois e quatro elementos: “O meu projeto a solo tem duas formações: trio (guitarra portuguesa, baixo acústico e guitarra acústica) e quinteto, compostopor Carlos Santos (bateria e voz), Fernando Gordo (Baixo), Irene Ferreira (voz e violino) e Samuel Lupi (guitarra acústica e guitarra portuguesa). Todos os elementos fazem da música a sua vida seja a tocar ou a ensinar: “Somos todos licenciados/mestres/doutorados em música. Além de músicos, somos professores”.
Ricardo, enquanto músico e compositor, inspira-se na “nata da música erudita, no fado e na música contemporânea erudita”. O jovem albicastrense, admirador do português Tony Carreira, tem como grande objetivo “gravar toda a música que for possível e espalhá-la pelo mundo”-
O artista teve conhecimento do MAPA Música de Portugal“através da Internet e de outros músicos” e espera que a empresa continue a sua missão de “defender o nosso património”.
A 3 de Fevereiro de 2012, Ricardo Gordo foi convidado a visitar as instalações da marca de instrumentos APC com o objetivo de desenvolver uma guitarra portuguesa como seu modelo de assinatura, oficializando desta forma o patrocínio.
Ricardo Gordo: "Pastora de Portalegre"
Ricardo Gordo: "Fado Metal"